IA no Ensino Superior: riscos e desafios
O desafio se agrava nas pavaliações online e nos trabalhos acadêmicos, cada vez mais vulneráveis a fraudes. O resultado é que estudantes podem conclui-los sem desenvolver, de fato, o conhecimento que deveriam adquirir, fragilizando o propósito da educação superior.
Esse tipo de problema não está restrito ao ensino superior. Alunos da rede pública do estado de São Paulo foram relatados "hackeando" plataformas de ensino do governo para cumprir tarefas em segundos.
Fonte aberta aqui: https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/historia-hoje/estudantes-utilizam-hacks-em-plataformas-de-ensino-do-governo.phtml .
Fonte original aqui: https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2025/09/alunos-hackeiam-plataformas-de-ensino-do-governo-de-sp-para-cumprir-tarefas-em-segundos.shtml
Minha preocupação enquanto professor de ensino superior em exatas e licenciaturas em Matemática, é que o aprendizado de exatas está sendo seriamente comprometido. As universidades precisam discutir com urgência como integrar a IA ao ensino superior de forma ética e responsável. E não basta a discussão, precisam colocar dispositivos regulatórios e norteadores para os trabalhos acadêmicos, principalmente as monografias de TCCs, dissertações e teses.
Quem acredita que o problema não existe ou que a IA ainda não impacta no ensino, aprendizagem e avaliação, está, na verdade, fechando os olhos para uma "bomba" prestes a explodir: o uso indiscriminado e sem orientação dessas ferramentas pelos alunos universitários.
Mas será que os professores universitários estão preparados para lidar com isso?
Sem a revisão de métodos de avaliação, políticas institucionais (regimentos e regras para trabalhos acadêmicos), o ensino e a aprendizagem correm o risco de se reduzirem a uma mera busca por respostas prontas, em vez de estimular o conhecimento, a reflexão, a criatividade e o pensamento crítico.